Pavilhão do Brasil na Expo Dubai
Biomas do Brasil em Dubai
A natureza é um sistema vivo, feito de relações complexas entre os seres. No Brasil, país de dimensões continentais e detentor da maior biodiversidade do planeta, ela se apresenta sob seis diferentes conjuntos de ecossistemas, os chamados biomas. São nestes espaços geográficos compreendidos entre “o céu e a terra”, no seu sentido mais primitivo, que acontece o intercâmbio entre o ser humano e a natureza.
As características de cada bioma e sua grande riqueza de fauna e flora influenciam o desenvolvimento da sociedade, a ocupação do nosso território, e a construção da cultura e identidade dos nossos povos.
A proposta para o pavilhão do Brasil na Expo 2020 parte da premissa de uma relação híbrida entre arquitetura e expografia, composta por quatro elementos principais:
- O céu, a grande cobertura que abriga e sustenta;
- A terra, onde pisamos, base que organiza o fluxo e viabiliza os usos funcionais;
- Os biomas, conjunto dos conteúdos expográficos, espaço concebido entre o céu e a terra, cenários da diversidade e riqueza de nossas regiões e onde as relações acontecem. São eles: Pampa, Mata Atlântica, Pantanal, Caatinga, Cerrado e Amazônia;
- Os eixos temáticos, elementos agregadores do conteúdo e condutores do visitante pelas experiências imersivas, afetivas e sensoriais, representando Biodiversidade, Sociedade, Produção, Vivência e o Amanhã.
Os visitantes são guiados pelos eixos temáticos representados nas linhas de piso, introduzindo mensagens iluminadas que os conduzem pelo pavilhão, fortalecidas pelo paisagismo, que se transforma à medida em que o conteúdo se desenvolve.
A distribuição do programa de usos e organização dos fluxos foi pensada visando atender aos distintos perfis de usuários do pavilhão, de modo a oferecer uma experiência completa a todos. O circuito principal e acessível dá entrada a todos os espaços com visão privilegiada. Um circuito imersivo permite uma visão panorâmica do pavilhão a partir de uma experiência lúdica. A circulação VIP permite acesso estratégico à exposição e às salas de reunião. O programa inclui também loja de elementos artísticos e artigos que remetem ao Brasil, bem como restaurante e sala multiuso.
O conceito expográfico parte da premissa de que arquitetura e expografia se complementam. Ao cruzar cada um dos biomas, os visitantes vivem experiências sensoriais por meio da combinação entre sons, temperatura, variações de umidade e os conteúdos expostos, apresentados de maneira interativa com recursos e tecnologias distintas – como “games” e aplicativos.
Um dos principais objetivos foi a busca por um projeto sustentável. Com isso, foram traçados os princípios orientadores que nortearam o desenvolvimento da proposta, percorrendo diversas soluções de maneira integrada. A edificação é garantida por um sistema de eficiência energética, de água nebulizada (water mist) e uma diversidade de estratégias que garantem a qualidade de seus ambientes internos.
O paisagismo ressalta a natureza brasileira e busca representar as paisagens diversas observadas no país. Foram avaliados os aspectos logísticos, fitossanitários e comerciais das implementações, de modo a assegurar a criação de tais composições paisagísticas. Os conjuntos, além de contemplativos, relacionam-se com a expografia e as mensagens de alerta e conscientização em relação ao papel do ser humano na conservação e preservação da biodiversidade.
O processo de montagem é dividido em duas partes principais: construção dos elementos de suporte externos e da grelha de madeira reticulada da cobertura. A escolha pelo sistema “gridshell” facilita o processo e reduz os custos de construção, buscando alcançar a máxima eficiência estrutural. Na desmontagem do pavilhão, a estrutura poderá ser transportada para o Brasil e utilizada na construção de pavilhão idêntico, bem como abrigar centros culturais e interpretativos ou ainda ser dividida em pavilhões menores, para fins diversos.
