
Masterplan e Estudo de viabilidade do Instituto Muhda
FLORIANÓPOLIS – SANTA CATARINA
Inspiração nos princípios do design da permacultura
O Instituto Muhda se origina em Florianópolis e se trata de um projeto multidisciplinar que envolve diversos atores. Suas diretrizes de ação são a soberania alimentar, a garantia de saúde e de educação, o apoio às populações vulnerabilizadas na região metropolitana de Florianópolis, a sustentabilidade e o estímulo à arte e à cultura. Organizado em diferentes sistemas e órgãos, o Instituto visa desenvolver ações de apoio a diversas causas, como as socioambientais, indígenas, quilombolas, feministas, entre outras.
Realizamos o Masterplan Preliminar do projeto, com vistas a desenvolver um plano de implantação da sede do Instituto e dos espaços de desenvolvimento de algumas de suas atividades, bem como um lugar voltado à visitação do público para conhecimento das ações e dos pilares do projeto.
A área projeto está localizada ao sul da ilha de Florianópolis, SC, no distrito de Ribeirão da Ilha. Com área total de mais de 80 mil m², o empreendimento possui fácil acesso e está próximo do Aeroporto Internacional de Florianópolis Hercílio Luz, bem como de alguns atrativos turísticos da ilha, como a própria região gastronômica de Ribeirão da Ilha e a trilha de acesso à Praia de Naufragados.

A abordagem de desenvolvimento do estudo inspira-se nos princípios do design de permacultura e parte da compreensão do território de forma holística, como um todo onde se busca a integração equilibrada entre as partes. O trabalho foi dividido em duas etapas: na primeira, realizamos um diagnóstico do contexto do empreendimento e uma extensa pesquisa de referências de técnicas construtivas, materiais e formatos similares de empreendimentos, formando um robusto benchmarking de inspiração e de recursos técnicos para o projeto como um todo. Na segunda, realizamos uma análise do terreno, que se desdobrou nas diretrizes do masterplan e no desenho de implantação, dividido em duas fases.


Ao longo do desenvolvimento do trabalho foram realizadas diversas reuniões com parte dos integrantes do Instituto. Por ser um projeto de grande complexidade e com muitas variáveis envolvidas, buscou-se soluções que pudessem se adaptar às diferentes configurações e demandas do projeto.
O local de implantação possui diversas potencialidades, como uma bela vista para a baía e paisagem do entorno, atrativos naturais que possibilitam a realização de atividades de educação ambiental e ecoturismo, além do potencial energético do lugar com abundância de água, vento nordeste e face norte – aspectos ótimos para a proposta de cultivo agroflorestal na área. Ao mesmo tempo, há certos desafios principalmente relacionados ao aspecto legal e ambiental do lugar, restringindo algumas das ideias iniciais propostas para a definição dos usos a serem implementados.

Assim, com o cruzamento das análises de diagnóstico e troca de informações e conversas com o Instituto, foi consolidado o programa de usos e seu dimensionamento, visando ressaltar a vocação da área como um lugar atrativo para o público conhecer as ações e operações do Instituto, funcionando como uma “vitrine cultural”, que ofereça vivências e experiências e um primeiro contato com as atividades que permeiam os diversos pilares que sustentam a proposta do Instituto.

O zoneamento permacultural foi realizado como uma estratégia para a distribuição dos usos no território, com o objetivo de posicioná-los segundo critérios de vocações, potencialidades e fragilidades, além de buscar relações de sinergia entre eles.



A partir do zoneamento, foi desenvolvido o desenho do masterplan, que foi apresentado em três diferentes trechos: a parte de acesso ao terreno conta com estrutura de recepção aos visitantes, sede administrativa do Instituto e programa de residências e cultivos em pequena escala (sistema de horta agroflorestal), além da manutenção do restaurante existente para produção e escoamento de marmitas para doação; o segundo trecho conforma o “coração” do Instituto, com espaço para realização de atividades diversas, contando com o apoio de estruturas de múltiplos usos como palco, espaço de convivência e edifício do restaurante/café, além de abrigar a área de camping, estruturas de apoio, museu a céu aberto, sistema fotovoltaico e parte do cultivo agroflorestal; no último trecho concentram-se as atividades voltadas ao ecoturismo e contemplação, como trilhas, arvorismo, tirolesa e museu a céu aberto.



