
Parque Águas Claras
ÁGUAS CLARAS – DISTRITO FEDERAL
Natureza como um resgate da vida urbana
O projeto foi apresentado no Concurso Público Nacional de Projetos de Arquitetura e Paisagismo para os Parques Central e Sul de Águas Claras, no Distrito Federal, promovido pela Companhia Imobiliária de Brasília – TERRACAP e organizado pelo Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento do Distrito Federal – IAB/DF.
Águas Claras apresenta uma paisagem urbana marcada pela alta densidade e concentrada em lotes verticalizados contrapostos a vazios urbanos, pelas infraestruturas viárias e metroviárias que rompem o espaço público e pelos deslocamentos majoritários por transporte privado. Essas características acabam afetando a qualidade ambiental e são um desafio para a vida social no distrito. Os Parques Central e Sul são uma oportunidade para promover maior integração no território, promovendo os deslocamentos de pedestres, as relações de proximidade e o uso do espaço público. O projeto propõe uma articulação do território dos parques e entorno baseado na natureza como um resgate da vida urbana.
Águas Claras é uma região administrativa do DF e foi planejada e construída na década de 90. O ponto de partida para o projeto foi o entendimento desse território como um forte elemento integrador no território, promovendo os deslocamentos de pedestres, as relações de proximidade e o uso do espaço público.
Em conjunto com estratégias e planos de mobilidade mais sustentáveis, os parques podem ser conectores entre os corredores verdes da região. A proposta busca reverter a aridez e carência de usos atrativos nos espaços públicos, propondo ativação da vida urbana associada à natureza – implementa-se um sistema natural que busca vencer os obstáculos das infraestruturas de transporte existentes, por meio de elementos de desaceleração e conexão entre os lotes. Propõe-se um parque contínuo, ligando os parques Ecológico, Central e Sul, estruturados pelos usos que se relacionam diretamente com seu entorno.
Um eixo central se desenvolve de forma contínua, conectando os usos que se conectam com o entorno. Caminhos principais e secundários tecem uma rede de conexões entre as diversas funções do programa, cuja distribuição visou a criação de unidades de vizinhança. Equipamentos âncora foram estrategicamente localizados, como áreas esportivas próximas da estrutura metroviária; biblioteca e centro comunitário no interior do parque; áreas de contemplação e anfiteatro próximas ao Parque Ecológico; espaço para feira e eventos próximos do centro comercial; viveiro e loja botânica no Parque Sul.

Outros equipamentos foram distribuídos considerando a análise dos usos do entorno, como parques infantis, horta, parque para cães, circuitos de ginástica, entre outros.


As edificações e estruturas inserem-se no parque pelo conceito de continuidade. As construções modulares são protegidas por coberturas cujo desenho se delimita em conjunto com o paisagismo.
O projeto paisagístico é proposto com base nas premissas de sustentabilidade e resiliência. Dessa forma, é criada uma rede de infraestruturas que possibilita a otimização dos recursos naturais e a mitigação funcional, observando a gestão dos recursos hídricos, manejo de resíduos, manutenção e comunicação. Um sistema linear e integrado de controle e captação das águas é proposto, interconectando áreas descontínuas e possibilitando a retenção para posterior utilização ou encaminhamento para infiltração no solo ou, ainda, abastecer reservatórios permanentes e conectados por bombeamento.
