
Parque Estadual da Cantareira e Parque Estadual Alberto Löfgren
SÃO PAULO
Conhecer para preservar em São Paulo
Os Parques Estaduais (PE) da Cantareira e Alberto Löfgren estão inseridos na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), envolvendo os municípios de São Paulo, Mairiporã, Guarulhos e Caieiras, expressivos como equipamento urbano no entorno e de grande relevância ambiental e histórico cultural. As unidades de conservação fazem parte da Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo e são tombadas enquanto patrimônio cultural pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (CONDEPHAAT), com histórico que remonta ao início da conservação ambiental do Estado e ao abastecimento público da RMSP.
A localização estratégica dos parques proporciona potencial para gerar benefícios econômicos e sociais, além de torná-los indutores para o desenvolvimento sustentável do turismo e fortalecimento econômico da região onde estão inseridos.
O projeto envolve a execução de modelagem técnico operacional e econômico-financeira a fim de analisar a viabilidade de concessão das áreas de uso público dos parques, levantando as condições atuais e necessárias para elaboração de ferramentas de planejamento que maximizem o aproveitamento do potencial turístico das unidades de conservação, oportunizando diversidade de atividades recreativas e de negócios associados ao uso público e ao turismo em áreas protegidas.
A RMSP apresenta a maior concentração populacional do país, com mais de 21,5 milhões de pessoas (EMPLASA, 2018). Apesar da intensa pressão urbana que os parques em estudo enfrentam, os mesmos encontram-se inseridos numa região privilegiada em termos econômicos, de infraestrutura e de acessos.
O Parque Estadual (PE) da Cantareira é organizado em quatro núcleos: Cabuçu, Engordador, Águas Claras e Pedra Grande. O PE Alberto Löfgren também está dividido em quatro núcleos destinados ao uso público: Horto Alberto Löfgren, Polo Ecocultural, Arboreto de Vila Amália e Olaria.
O trabalho se desenvolve em diversas etapas, desde uma análise macro do território envolvendo estudos socioeconômicos da área de estudo e a relação dos parques no contexto urbano, até um extenso diagnóstico de cada núcleo identificado, envolvendo estudo do uso público e visitação, planos de manejo e legislação, principais atrativos e atividades existentes e potenciais, infraestrutura disponível e análise do patrimônio histórico, cultural, turístico e arqueológico.
O estudo de cada núcleo permite observar seus diferentes perfis e características, embasando uma visão de futuro para os parques que estruturou o desenvolvimento dos projetos técnicos e os estudos econômicos e jurídicos.
Os três agrupamentos organizados a partir de cada perfil dos núcleos configuram uma mudança no planejamento da visitação dos parques e de suas infraestruturas, sendo a principal delas a criação de um grande complexo envolvendo os núcleos Pedra Grande, Águas Claras e Horto Florestal. Os outros dois grupos reforçam o que se deseja fortalecer enquanto perfil de uso público de cada núcleo.
No grupo Urbano-Turístico, foram identificados cinco setores potenciais para visitação no complexo: Horto Florestal, Educação Ambiental, Pedra Grande, Núcleo Aventura e Acesso imersivo. O mirante da Pedra Grande é um dos principais atrativos do PE da Cantareira e com maior potencial do complexo. Propõe-se melhorias em sua acessibilidade e diversificação das atividades e infraestruturas oferecidas aos visitantes.


Propõe-se a implantação de diferentes modais de transporte para a mobilidade interna no complexo Horto-Pedra Grande-Águas Claras. Além da opção de caminhada nas trilhas, desenvolve-se um sistema de veículos internos, uso de bicicletas e um teleférico.
O Grupo Histórico-Ambiental engloba os núcleos que apresentam os principais vestígios históricos do Sistema Cantareira de abastecimento, além do mais antigo Arboreto de São Paulo. O Núcleo Engordador tem como diferencial os resquícios históricos do sistema, como a Casa da Bomba e a Barragem do Engordador, além da represa e algumas cachoeiras.
Propõe-se a valorização de seu caráter histórico e da abundância das águas ali presentes, com estruturação de novo circuito de visitação e implementação de reformas e novas infraestruturas de apoio, além da restauração do edifício histórico.

O Grupo Sociocultural engloba os Núcleos Polo Ecocultural e Olaria, importantes equipamentos sociais, que recebem intervenções de apoio às ações sociais, valorização das atividades e usos existentes, novos serviços de apoio como alimentação e comércio, dentre outros.

Foram definidas diretrizes e soluções de engenharia e arquitetura para direcionar as intervenções futuras nos parques. Por se destacar em ambos os parques, a água é elemento central do partido das intervenções, por meio de estratégias que partem da presença da água no paisagismo e nas edificações até a aplicação de estratégias e soluções inspiradas no seu ciclo, por meio da biomimética.
Além disso, o conceito abarca a proposição de uma arquitetura bioclimática, modular e sustentável.


