
Parque Nacional do Iguaçu
FOZ DO IGUAÇU – PARANÁ
Um novo futuro para o parque das Cataratas
Patrimônio Natural Mundial pela ONU e uma das Sete Novas Maravilhas da Natureza, o Parque Nacional do Iguaçu (PNI), criado em 1939, estende-se por 186 mil hectares e está localizado numa região privilegiada e estratégica em um contexto de tríplice fronteira do Brasil com Argentina e Paraguai, no centro geográfico do Mercosul. Foz do Iguaçu, principal porta de entrada e sede administrativa do parque, tem se desenvolvido como uma nova metrópole regional com boa infraestrutura urbana, além de ser um dos principais destinos turísticos do Brasil.
Desenvolvido por uma equipe multidisciplinar, o projeto faz parte dos estudos para a concessão destinada à prestação dos serviços públicos de apoio à visitação, revitalização, modernização, operação e manutenção dos serviços turísticos no Parque Nacional do Iguaçu, no qual a Natureza Urbana foi responsável pela modelagem técnica-operacional, propondo a concepção da visitação, os serviços e as intervenções (projetos das infraestruturas), que visam fortalecer a experiência do visitante junto à natureza.

O PNI está organizado em quatro polos de visitação que possuem características, acessos, atrativos e perfil de público distintos entre si:
Polo Cataratas é o mais visitado e concentra os as principais atividades turísticas, abrigando o conjunto de quedas das Cataratas do Iguaçu. Tem como porta de entrada a cidade Foz do Iguaçu.
Polo Silva Jardim possui área natural bastante preservada e atualmente não oferece serviços aos visitantes, mas tem potencial para atividades de imersão à natureza e cicloturismo.
Polo Rio Azul se encontra ao norte do parque e possui acesso privilegiado, próximo ao município de Céu Azul, cuja população aproveita a área para práticas esportivas. Apresenta características de parque urbano e tem potencial para ser um novo “Portal do Parque”.
Polo Ilhas do Iguaçu e Gonçalves Dias se encontram ao sul do parque, tendo como característica principal a interação com os rios Iguaçu e Silva Jardim com cachoeiras, corredeiras e ilhas onde podem ser realizadas atividades de aventura e ecoturismo diversas.
O projeto incluiu o planejamento territorial da visitação de todos os polos, identificando a vocação e as oportunidades para valorização de cada um deles. Além da proposição de serviços voltados ao turismo, foram propostas novas infraestruturas de apoio aos visitantes e a requalificação dos ativos e equipamentos de uso público existentes. Nossa principal premissa foi ressignificar a experiência da visitação no PNI, proporcionando uma nova experiência para os visitantes, de maior contato e conexão com a natureza por meio de intervenções sustentáveis.


As diretrizes do projeto, que nortearam a estruturação para a nova concessão, foram pautadas na inovação da gestão do uso público, acessibilidade, sustentabilidade e ampliação da visitação com o lema “parque para todas e todos”. Desta forma, buscou-se incentivar, por meio da nova concessão, o desenvolvimento sustentável do parque priorizando a geração de benefícios sociais ao mesmo tempo em que se tem a conservação do meio ambiente e uma gestão eficiente.
Para o desenvolvimento do conceito das intervenções foi premissa valorizar o PNI como um parque natural, com a transformação da experiência do visitante no parque, favorecendo a vivência e imersão na natureza.
SOLUÇÕES SUSTENTÁVEIS E RESPONSÁVEIS: A sustentabilidade tratada no âmbito ambiental, cultural, social e econômico. Ou seja, soluções que vão além da implementação de tecnologias sustentáveis, que atentam para as relações com o entorno e com o ambiente de intervenção e que buscam abarcar todo o ciclo de vida dos projetos. Soluções responsáveis ambientalmente, que garantam o conforto dos usuários e influenciam na redução dos impactos ambientais e se organizam por meio de estratégias integradas.
SOLUÇÕES ACESSÍVEIS E INCLUSIVAS: Acessibilidade e inclusão são temas que devem fazer parte da essência presente em todas as intervenções, integrando as soluções projetuais à escolha de materiais, aos sistemas construtivos e mesmo às políticas do parque. O desenho de um espaço influencia diretamente nas respostas emocionais e, assim, o projeto deve atentar-se à abordagem interseccional e considerar todos os grupos populacionais e suas especificidades.


SOLUÇÕES INTEGRADAS E ATIVAS: Soluções integradas e ativas se relacionam com o meio em que estão inseridas de forma que a infraestrutura faça parte da experiência do usuário no ambiente, possibilitando o desfrute das relações em constante movimento entre ambientes externos e internos, entre o ambiente natural e o construído, entre o urbano e o natural, entre outros.
SOLUÇÕES BIOMIMÉTICAS E DE BAIXO IMPACTO: É a partir das perguntas “o que o design vai fazer?” (identificação da demanda funcional) e “como a natureza já faz?” (pesquisa biológica) que é possível criar caminhos para uma conexão com as ferramentas já existentes e desempenhadas pelo meio natural e que podem inspirar estratégias que buscam pela inovação e um novo olhar para o desenvolvimento de projetos. A Biomimética vai além de uma inspiração formal ou réplica de formas da natureza, buscando a compreensão das normas que a regem.


Uma arquitetura de baixo impacto se integra ao meio onde está inserida, respeitando as preexistências do entorno e as dinâmicas naturais existentes no local de intervenção. Utiliza, sempre que possível, materiais e técnicas construtivas locais, minimiza os impactos de obras e busca proporcionar ao usuário uma experiência de integração com o ambiente em que ele se encontra.
O potencial identificado para o Polo Cataratas vai além das Cataratas do Iguaçu e da requalificação da infraestrutura existente. Neste sentido a proposta tem como objetivo fortalecer os demais atrativos do parque e criar uma malha atrativa de mobilidade ativa, ampliando o rol de oportunidades para realização de atividades terrestres (trilhas, passarelas elevadas, mirantes e teleférico).
Além da requalificação do Núcleo Cataratas, Centro de Visitantes e Porto Canoas, o projeto prevê intervenções para o fortalecimento da trilha das Bananeiras, trilha do Poço Preto, Escola Parque, núcleo São João e núcleo de pesquisa. Estratégias de comunicação e sinalização visual, elementos de interpretação ambiental, melhorias no sistema de trilhas existentes e criação de novas, e implementação de mobiliário e estruturas de apoio deverão ser implementadas em todos os núcleos.
A trilha das Cataratas, principal atrativo do núcleo será toda requalificada, considerando a modernização dos edifícios existentes, ampliação dos espaços de contemplação e adequação do percurso da trilha para acessibilidade.


De modo a fortalecer a visitação no Polo Rio Azul, a proposta contemplou a requalificação da Base
Avançada, a manutenção das trilhas e a conexão entre a trilha Manoel Gomes e Rio Azul.
A Base Avançada será transformada em um parque ambiental, com atividades voltadas ao lazer da população do entorno (pista de corrida, quadras esportivas, parque infantil), quanto aos visitantes em geral (espaço de exposições, trilhas, educação ambiental).
A proposta para o Polo se concentrou em melhorias nas trilhas Silva Jardim e da Taquara onde devem ser implantados elementos de comunicação, sinalização visual e interpretativos sobre a fauna e flora do parque, além de infraestruturas de apoio à visitação (banheiro seco, passarelas e guarda-corpo).






De modo a incentivar a visitação no Polo Silva Jardim, foi proposto a requalificação das trilhas existentes onde devem ser implantados elementos de comunicação, sinalização visual e interpretativos sobre a fauna e flora do parque.
