
Unidades de Conservação em Mato Grosso
CUIABÁ E SANTO ANTÔNIO DO LEVERGER – MATO GROSSO
Parque urbano e hospedagem em áreas naturais
O estudo abarca quatro Unidades de Conservação (UC) que estão inseridas no Cerrado, o segundo maior bioma da América do Sul, que representa 24% do território nacional e cerca de 40% do território estadual de Mato Grosso. Estima-se que apenas 20% da porção original desse bioma esteja preservada, sendo um dos biomas mais atingidos pela intervenção e pressão antrópica.
O Estado de Mato Grosso busca apoiar os processos de conservação de seus biomas. Nesse sentido, o papel das quatro UC – que são Parques Estaduais – é de extrema relevância para proteção do Cerrado e difusão de informação, sensibilização e conscientização sobre a importância de sua conservação.
O uso público em UC previsto pelo SNUC (Sistema Nacional de Unidades de Conservação) é uma ferramenta importante para contribuir na conservação e proteção das UC. Este trabalho visa levantar as condições atuais e necessárias para elaboração de ferramentas de planejamento que maximizem o aproveitamento do potencial turístico dos parques, permitindo maior diversidade de atividades recreativas, educacionais e de negócios associados ao uso público e turismo em áreas protegidas.
Três parques localizam-se em Cuiabá: Parque Estadual (PE) Mãe Bonifácia, PE Zé Bolo Flô e PE Massairo Okamura. O PE Águas Quentes está localizado no município de Santo Antônio do Leverger, distante 85 km da capital.
Realizamos um diagnóstico que contempla a análise do contexto turístico na região das UC, identificando aspectos sociais, econômicos, inclusive avaliando os principais destinos turísticos do entorno e localidades similares. A escala de análise abarca os municípios de Cuiabá e Santo Antônio do Leverger, incluindo o estudo de cada um dos parques. Foram realizadas diversas visitas de campo e conversas com stakeholders.
A etapa de diagnóstico permite a identificação do perfil de cada parque e os eixos conceituais que compõem as diretrizes propostas para o Masterplan de uso público de cada localidade.

Por se tratar de unidades de conservação, o zoneamento dos parques definido pelos respectivos Planos de Manejo é rigoroso, o que nos permite identificar os núcleos onde ocorrem as principais atividades e usos. Foram observadas as zonas de cada parque em que foram propostas melhorias e novas atividades voltadas à elaboração de parcerias.
Além das propostas de implementação de melhorias em atrativos, infraestrutura e atividades existentes, nos núcleos com maior frequência de usos e atividades foi proposto, em cada parque, um atrativo âncora, ou seja, um elemento que possa conformar a principal unidade geradora de receita do parque e designar uma base atrativa para o estabelecimento de parcerias. Foram propostos atrativos âncora tais como: equipamentos culturais (museu, centro de interpretação e centro cultural); serviço de alimentação; jardim de interpretação do Cerrado; centro esportivo; praça para realização de feiras e outros eventos; dentre outros.
Devido à sua localização em área natural, a estratégia adotada para o Parque Estadual Águas Quentes foi distinta da abordagem para os parques urbanos. Outra peculiaridade do parque é a presença do hotel termal, uma concessão em funcionamento no local. Assim, a visão de futuro identificada para a UC concentra-se no fortalecimento da área do parque já destinada ao uso público – o hotel. A proposta visa seu reposicionamento no mercado e um novo panorama de negócios para o complexo hoteleiro, o qual se fortalece como elemento de divulgação e valorização da própria UC, tornando-se um atrativo singular na região.
A relação com o contexto natural, levando-se em consideração os usos e a ocupação atual do complexo hoteleiro, direciona a caracterização e distribuição do programa de usos em setores, formando um arco de funções em um sistema que busca maior interação com os atributos naturais: relação com os corpos d’água e as fontes hidrotermais, com a vegetação nativa do Cerrado e com a declividade do terreno.

