
Bosque Zoológico Fábio Barreto
RIBEIRÃO PRETO – SÃO PAULO
Repensar o conceito do Zoológico
O conceito de zoológicos vem sendo amplamente debatido, especialmente no que diz respeito à sua missão no mundo contemporâneo. Discutir seu papel como espaço fundamental de conservação e preservação de espécies, educação e conscientização ambiental em um lugar saudável e equilibrado para fauna, flora e seres humanos, tornou-se fundamental.
Neste sentido, o projeto realizado tem como objetivo analisar o cenário atual do Bosque Zoológico Fábio Barreto, identificando oportunidades e desafios para que sua vocação como parque urbano seja acentuada, propondo a ressignificação e modernização de suas estruturas para adequar-se aos conceitos contemporâneos de zoológicos e bioparques. A proposta visa oferecer ao município de Ribeirão Preto e região um espaço de imersão e conexão com a natureza e a vida selvagem por meio de experiências inovadoras e memoráveis, que garantam um ambiente harmonioso, saudável e acolhedor à fauna, flora e a todos os usuários.
O Bosque Zoológico está inserido no Parque Municipal do Morro de São Bento, que é uma unidade de conservação em meio ao centro urbano, preservando significativo fragmento de mata nativa. A área do Bosque totaliza aproximadamente 183.350 m2.
O trabalho parte de uma análise em diversas escalas, buscando recuperar os aspectos históricos, avaliar o contexto turístico do município e região, os atrativos naturais e os espaços de uso público. Identificou-se a oportunidade de configurar um novo cenário turístico para a cidade de Ribeirão Preto ao ampliar e diversificar as atividades existentes no Bosque, bem como reforçar seu caráter de uso público, fortalecer a vocação da área como local de conservação e preservação dos atributos naturais e a importância do parque para aumentar a qualidade de vida na cidade.
O entendimento do contexto local, relações com o entorno, acessos, infraestrutura existente, situação dos recintos, dinâmica de visitação e outros pontos permitiu a identificação dos desafios e potencialidades do Bosque.
Embasada por um benchmarking de zoológicos e bioparques consagrados no mundo, desenvolvemos a visão de futuro, abrangendo o conceito e a Matriz de Atividades e Programa de Usos para o Bosque. Foram realizados estudos preliminares de projeto com base na Visão de Futuro, associado ao dimensionamento preliminar dos investimentos necessários e resultados esperados com a implantação do projeto.

O programa foi organizado em quatro grupos: Núcleo Acolhimento, com receptivo, bilheteria, loja, alimentação e outros; Núcleo Zoológico, com melhoria nos recintos e ativação de ferramentas e estruturas que possibilitam uma nova dinâmica de visitação, com foco na conscientização e educação ambiental; Núcleo Jardim Japonês, revitalizando as estruturas existentes; Núcleo Aventura, abrindo a possibilidade de implementação de novos atrativos e realização de atividades imersas no ambiente natural.

A reconfiguração dos recintos prioriza garantir melhorias para o aumento do bem-estar dos animais, além de promover a disseminação do conhecimento através do plantel e das atividades educacionais oferecidas aos visitantes, proporcionando novas experiências que acrescentem valor à visitação e evoquem diferentes pontos de vista em relação à apreciação das espécies em um mesmo recinto.
Foram desenvolvidas soluções tipo para cada situação, relacionando as intervenções com a revisão dos fluxos e percursos de visitação, ao desenho adequado das barreiras, à ampliação do espaço destinado aos animais, dentre outros.


As unidades de apoio que estarão distribuídas pelo Bosque foram pensadas com uma modulação de 5×5 metros, permitindo diferentes layouts e combinações de usos. Podem abrigar, por exemplo, atividades educativas, sanitários, quiosques com serviços de alimentação e outros tipos de comércio. Sua geometria permite o agrupamento de dois ou mais módulos para configurar espaços maiores, conforme a necessidade.
